sábado, 11 de agosto de 2012


HITLER, Adolf. Mein Kampf (Minha Luta)



Trechos anti-marxistas


(...) 

Levado pelas lições da experiência de todos os dias, comecei a pesquisar as fontes da doutrina marxista. Em casos individuais, a sua atuação me parecia clara. Diariamente, eu observava os seus progressos e, com um pouco de imaginação, podia avaliar as suas conseqüências. A única questão a examinar era saber se os seus fundadores tinham presente no espírito todos os resultados de sua invenção ou se eles mesmos eram vitimas de um erro.
As duas hipóteses me pareciam possíveis.
No primeiro caso, era dever de todo ser pensante colocar-se à frente da reação contra esse desgraçado movimento, para evitar que chegasse às suas extremas conseqüências; na segunda hipótese, os criadores dessa epidemia coletiva deveriam ter sido espíritos verdadeiramente diabólicos, pois só um cérebro de monstro - e não o de um homem - poderia aceitar o plano de uma organização de tal porte, cujo objetivo final conduzirá à destruição da cultura humana e à ruína do mundo.

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Apresentando-a inseparavelmente ligada a toda uma série de exigências sociais bem legítimas, vai ele favorecendo sua propaganda e, por outro lado, despertando a aversão da humanidade bem intencionada em satisfazer aquelas exigências, que, expostas da maneira por que o são, aparecem desde o inicio, como injustas, e mesmo de impossível realização.
É que, sob esse disfarce de idéias puramente sociais, escondem-se intenções francamente diabólicas. Elas são externadas ao público com uma clareza demasiado petulante. A tal doutrina representa uma mistura de razão e de loucura, mas de tal forma que só a loucura e nunca o lado razoável consegue se converter em realidade. Pelo desprezo categórico da personalidade (...), destrói ela as bases elementares de toda a civilização humana, que depende justamente desses fatores. Eis a verdadeira essência da teoria marxista, se é que se pode dar a esse aborto de um cérebro, criminoso a denominação de "doutrina".

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Não obstante, ele mostra a pequena capacidade de raciocínio dos nossos chamados intelectuais, quando, justamente nesses círculos, não se compreende que um estado de coisas, o qual não pode evitar o desenvolvimento de uma calamidade como o marxismo, agora não está mais em condições de reconquistar o perdido.

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Quem conhece este povo vê cair-se-lhe dos olhos o véu que impedia descobrir as concepções falsas sobre a finalidade e o sentido deste partido e, do nevoeiro do palavreado de sua propaganda, de dentes arreganhados, vê aparecer a caricatura do marxismo.

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À proporção que me aprofundava no conhecimento da doutrina marxista e me esforçava por ter uma idéia mais clara das atividades do marxismo, os próprios acontecimentos se encarregavam de dar uma resposta àquelas dúvidas.
(...) Contra o privilégio eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número. Nega o valor do indivíduo (...), anulando assim na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo, conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo, só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos os habitantes da Terra.

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O que me irritava também era a atitude que se tomava em relação ao marxismo. Para mim essa atitude era uma prova de que não se tinha a mínima idéia do que fosse essa calamidade. (...) Não se percebia absolutamente que, no caso, não se tratava de um partido e sim de uma doutrina que tende a destruir a humanidade inteira.

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Realmente, eu não podia compreender como se vacilava cegamente ante um perigo cujos efeitos - tendo-se em vista a intenção do marxismo - tinham de ser um dia terríveis. (...) O pior era que esse veneno destruía quase insensivelmente os fundamentos de uma sadia concepção do Estado e da economia, sem que os por ele atingidos se apercebessem de que a sua maneira de agir, as manifestações da sua vontade já eram uma conseqüência destruidora do marxismo.

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Inconscientemente, o mundo burguês já se achava contaminado pelo veneno mortal do marxismo.

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Muitas vezes se tentou procurar um remédio para essa enfermidade, mas confundiam-se os sintomas com a causa. Como ninguém conhecia ou queria conhecer a verdadeira causa do mal-estar da nação, a luta contra o marxismo não passou de um charlatanismo sem eficiência.

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A doutrina de Marx é assim o extrato espiritual concentrado das doutrinas universais hoje geralmente aceitas. E, por esse motivo, qualquer luta do nosso chamado mundo burguês contra ela é impossível, até ridícula, pois esse mundo burguês está inteiramente impregnado dessas substancias venenosas e admira uma concepção do mundo que, em geral, só se distingue da marxística em grau e pessoas, o mundo burguês é marxístico (...).

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A satisfação dos interesses dos membros de uma coletividade, em última análise, não é a conseqüência de meras frases teóricas, mas, sobretudo, de uma segurança que no indivíduo se oferece a respeito das necessidades da vida diária e a convicção definitiva daí resultante de que a direção geral de uma coletividade deve atender aos interesses dos indivíduos.
Pouco importa que o marxismo, no terreno da sua teoria das massas, aparente capacidade para tomar sob a sua direção e desenvolver a economia existente no momento. A crítica sobre a justiça ou injustiça desse princípio não será determinada pela prova de sua aptidão para preparar o presente para o futuro, mas pela prova de sua capacidade para criar uma cultura. Mil vezes poderia o marxismo assumir a direção da economia e deixá-la progredir, o êxito dessa atividade nada provaria contra o fato de não estar o mesmo em condições de, pelo emprego do princípio das maiorias, criar essa cultura.
O próprio marxismo deu disso uma prova prática. Não só nunca pôde, em parte
alguma, criar uma cultura, ou mesmo um sistema econômico próprios, como também jamais conseguiu desenvolver um sistema já existente, de acordo com os seus princípios.

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Em matéria política, começa ele a substituir o ideal democrático pelo da Ditadura do Proletariado. Na multidão organizada do marxismo é que ele foi encontrar a arma que a Democracia não lhe dá e que lhe permite a subjugação e o governo dos povos pela força bruta, ditatorialmente.
Seu programa visa à revolução em um duplo sentido: econômico e político.
Povos que opõem ao ataque interno uma forte resistência são por ele envolvidos em uma teia de inimigos, graças às suas influências internacionais. Incita-os à guerra, implantando, se preciso for, nos campos de batalha, a bandeira revolucionária. (...) A contaminação, em matéria de cultura, manifesta-se na arte, na literatura, no teatro. Cobrindo de ridículo o sentimento espontâneo, destroem todo conceito de beleza e elevação, de nobreza e de bondade, arrastando o homem aos seus sentimentos inferiores. A religião é ridicularizada. Bons costumes e moralidades são taxados de coisas do passado, até que os últimos esteios de uma nacionalidade tenham desaparecido.

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E se uma parte do marxismo, por vezes, tenta, com muita prudência, aparentar indissolúvel união com os princípios democráticos, convém não esquecer, que esses senhores, nas horas críticas, não deram a menor importância a uma decisão por maioria, à maneira democrática ocidental! (...) O marxismo marchará com a democracia até que consiga, por via indireta, os seus criminosos fins, até obter apoio do espírito nacional por ele condenado à extirpação. (...) Então os porta-bandeiras da Internacional vermelha, em lugar de um apelo à consciência democrática, dirigiram uma incendiária proclamação às massas proletárias e a luta se transplantaria imediatamente do ar viciado das salas de sessões dos nossos parlamentos para as fábricas e para as ruas. A democracia ficaria logo liquidada.

(...)

Para tornar a nova causa e seus líderes conhecidos é necessário não somente
destruir a crença na invencibilidade do marxismo como demonstrar a possibilidade, a viabilidade de um movimento que lhe seja contrário.

SUMA TEOLÓGICA - TOMÁS DE AQUINO - Questão 76: As causas do pecado em especial


SUMA TEOLÓGICA - TOMÁS DE AQUINO

Questão 76: As causas do pecado em especial
[...]

Artigo 2 - A ignorância é um pecado?

[...]

A ignorância difere da nesciência em que significa a simples negação da ciência. Por isso, pode-se dizer daquele a quem falta a ciência de alguma coisa, que não a conhece. Desse modo Dionísio afirma haver nesciência nos anjos. A ignorância implica uma privação de ciência, a saber, quando a alguém falta a ciência daquelas coisas que naturalmente deveria saber. Entre essas coisas há as que se é obrigado a saber, isto é, aquelas sem o conhecimento das quais não se pode fazer corretamente o que é devido. Assim, todos são obrigados a saber, em geral, as verdades da fé e os preceitos universais da lei. E cada um em particular, o que diz respeito ao seu estado e sua função. Ao contrário, há coisas que não se é obrigado a saber, se bem que seja natural sabe-las, por exemplo, os teoremas da geometria, e exceto em certos casos, os acontecimentos contingentes.

Evidentemente todo aquele que negligencia ter ou fazer o que é obrigado ter ou fazer, peca por omissão. Portanto, por causa de uma negligência, a ignorância das coisas que se devia saber é um pecado. Mas não se pode imputar a alguém como negligência o não saber o que não se pode saber. Por isso, essa ignorância é chamada invencível, porque nenhum estudo a pode vencer. Como tal ignorância não é voluntária, porque não está em nosso poder rechaçá-la, por isso ela não é um pecado. Por aí se vê que a ignorância invencível nunca é um pecado. Mas a ignorância vencível é, se ela se refere ao que se deve saber. Mas, ela não o é, se se refere ao que não se é obrigado a saber.

Artigo 3 – A ignorância escusa totalmente o pecado?

[...]

Pode acontecer de dois modos que a ignorância não escuse totalmente o pecado. [...] quando um indivíduo fere alguém, se ele sabe que fere um homem é suficiente para que faça um pecado. [...] Segundo, por parte da própria ignorância, o mesmo pode acontecer, porque a ignorância é voluntária, seja diretamente, quando alguém procura de propósito não saber certas coisas para pecar mais livremente; seja indiretamente, quando se negligencia, por causa de seu trabalho ou se duas outras ocupações, em aprender o que impediria pecar. Uma tal negligência, com efeito, torna a própria ignorância voluntária e um pecado, uma vez que se refere ao que se deve ou que se pode saber. [...]

Artigo 4 – A ignorância diminui o pecado?

[...]

Às vezes acontece que tal ignorância é voluntária diretamente e por si, como quando alguém de propósito ignora algo para pecar mais livremente. Tal ignorância faz crescer, parece, o voluntário e o pecado. Se alguém, com efeito, quer, para dar-se a liberdade de pecar, sofrer o dano da ignorância, isso provém da intensidade da vontade de pecar.


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Alain Touraine


TOURAINE, Alain. Igualdade e diversidade: o sujeito democrático. Tradução: Modesto Florenzano. Bauru: EDUSC, 1998.

P. 45

Capítulo 6 – A Política, acima e no centro do social

[...]

Dado que freqüentemente me oponho e muito vivamente aos que na França se auto-denominam republicanos faço questão de declarar meu acordo com eles sobre um ponto fundamental: a democracia não está assegurada porque a classe operária, o povo ou os bons cidadãos estão no poder; em todos esses casos, o sistema político corre o risco de perder a possibilidade de mudar a origem e os objetivos sociais dos que estão no poder. O que significa a morte da democracia. Não se trata simplesmente de lembrar a necessidade de defender a lei e os procedimentos democráticos, mas, num plano mais profundo, de sustentar um princípio universalista, ou seja, não social, cujo campo de ação é

p. 46
a esfera política, que deve, portanto, ter a capacidade de agir livremente sobre o sistema social. Se lembrarmos que foi a filosofia política liberal, de Hobbes a Rousseau, que afirmou esta proeminência do político, declaro-me liberal, esperando que este termo não seja reduzido ao laisser-faire que beneficia apenas os mais poderosos. Quando se fala de liberdade, de igualdade ou de justiça, faz-se apelo a um princípio não social, superior às relações sociais que são sempre não igualitárias, para organizar a ordem social. Fora deste princípio, pode existir tolerância mas não liberdade; pode-se reduzir as diferenças sociais, mas não se pode assegurar a igualdade.

[...]

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[...] A democracia torna-se social [...] Coloca-se, pois, no plano dos atores sociais e não acima deles e procura estabelecer a justiça, ou seja, assegurar, antes de mais nada, o acesso dos dominados à ação, à influência e ao poder político.