Para Santo Agostinho, a ordem justa
terrena não se coaduna com o apetite pelo domínio [AGOSTINHO, Santo. A cidade
de Deus [contra os pagãos], Parte II, p. 406], com as paixões humanas e com a
cobiça, principalmente em detrimento dos pobres [Parte I, p. 208]. Ao contrário,
preconiza que deva haver a prática da caridade entre os indivíduos e entre
governantes e governados [Parte II, p. 169]. As riquezas, assim, devem ser
distribuídas de acordo com as necessidades de cada um. Ao lado da contemplação
em busca da verdade divina, cada um deve partir para a ação e ser útil ao
próximo. Tal é corolário do ensinamento cristão que manda amar a Deus e ao
próximo como a si mesmo. Daí decorre que não se deve fazer mal a ninguém e o
bem, a quem se possa. Este modo de proceder, por sua vez, é que resulta na
concórdia entre os seres humanos, seja entre homens e mulheres, pais e filhos,
patrões e criados, governantes e governados (JUNKES,
2009, p. 27).
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